Para o presidente da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), Wlamir Motta Campos, o resultado em Paris está dentro das expectativas – o esporte, agora, é o segundo que mais deu medalhas ao país em Olimpíadas (21).
"Nós cumprimos o nosso objetivo, que eram duas medalhas olímpicas. Já tínhamos conquistado duas em Tóquio, ambas de bronze, e agora uma prata e bronze. E já iniciamos o ciclo Los Angeles buscando algo mais. Não tivemos surpresas, nós tivemos resultados extremamente trabalhados, previsíveis, e agora em 2025 já temos o campeonato mundial em setembro. Enfim, o ciclo foi bem trabalhado, e os resultados vieram dentro do nosso previsto", disse à ESPN em entrevista durante a COB Expo.
O dirigente admitiu que existia uma boa expectativa para a participação de Thiago Braz, duas vezes medalhista olímpico. No entanto, Wlamir Motta Campos revelou que o maior ponto de preocupação na Olimpíada de Paris foi o revezamento 4x100m masculino, que não chegou à final com a equipe formada por Gabriel dos Santos, Felipe Bardi, Erik Cardoso e Renan Gallina.
"No caso do Thiago Braz, esperamos que tenha uma solução definitiva, que ele cumpra a sua punição. Thiago tem 30 anos e toda condição de performar nos Jogos Olímpicos de LA, mas por certo que contávamos muito com ele... Campeão e então recordista olímpico, medalhista em Tóquio, ninguém esperava o que aconteceu", explicou o presidente da CBAt.
"No revezamento 4x100m, foi feito um trabalho continuado, nós nunca tivemos tantos velocistas com tempos fantásticos como agora, mas existe a questão da relação interpessoal, da harmonia. Nós trabalhamos da forma que entendemos que deveria ser feito, mas não deu certo. Temos que rever esse modelo, trabalhar em um novo, mas acreditamos sim que temos condições de performar tanto no Mundial do ano que vem quanto em Los Angeles", começou o dirigente.
"Temos que rever... Por exemplo, nós fizemos campings no exterior levando todos os treinadores de todos os atletas, achando que seria superpositivo, mas não foi, não deu certo. Nós não erramos por não fazer... não diria erramos, mas não atingimos o objetivo tentando fazer o certo. Não foi por economia, não foi por não oportunizar, mas nós temos que assumir isso, identificar o que de fato ocorreu no nosso revezamento, e eu passo de forma muito clara a relação interpessoal".
"Retomar o projeto tanto no masculino quanto no feminino, onde passamos por um momento de renovação. Algumas atletas extremamente experientes já em transição de carreira. Nós temos quatro anos para trabalhar isso. O Brasil tem tradição no revezamento 4x100m, e digo mais, o 4x400m não é mais uma aposta, é uma realidade, temos reais condições de brigar por finais e medalha", analisou.
O Mundial de atletismo será em Tóquio em setembro de 2025, e Wlamir Motta Campos se mostra otimista para a competição, projetando inclusive o número de medalhas para o Brasil.
"Nós trabalhamos sempre com a perspectiva de fazer mais do que fizemos nos Jogos Olímpicos. Nunca no atletismo as medalhas foram tão pulverizadas, mais de 200 países disputando o Mundial e cada vez mais novos atletas surgindo, novos países despontando. Nós acreditamos sim, falar em cinco medalhas é uma realidade", revelou.
"Darlan já voltou aos treinos, fez uma cirurgia às vésperas dos Jogos Olímpicos, foi frustrante para ele e para nós também. Sabemos o quanto Darlan trabalhou nos últimos três anos, é um campeão mundial indoor, tinha todas as condições de performar muito bem, mas não temos controle sobre as lesões. A primeira meta do Darlan agora na recuperação é o Mundial de Tóquio".
"Revezamento de marcha, grandes possibilidades; na marcha tanto masculina quanto feminina, possibilidades; 110m com barreiras, 400m com barreiras com o Piu, lançamento do dardo. A ideia é essa, fazer mais finais e buscar essas cinco medalhas. É possível, sim", definiu o chefão do atletismo nacional.